Evangelho do dia 03/10/2014 Sexta-feira
Evangelho do dia 03/10/2014 Sexta-feira
O Senhor respondeu a Jó, do meio da tempestade, e disse: Alguma vez na vida deste ordens à manhã, ou indicaste à aurora o seu lugar, para que ela apanhe a terra pelos quatro cantos, e sejam dela sacudidos os malfeitores?
A terra torna a argila compacta, e tudo se apresenta em trajes de gala, mas recusa-se a luz aos malfeitores e quebra-se o braço rebelde. Chegaste perto das nascentes do Mar, ou pousaste no fundo do Oceano? Foram-te franqueadas as portas da Morte, ou viste os portais das Sombras? Examinaste a extensão da Terra?
Conta-me, se sabes tudo isso! Qual é o caminho para a morada da luz, e onde fica o lugar das trevas? Poderias alcançá-las em seu domínio e reconhecer o acesso à sua morada? Deverias sabê-lo, pois já tinhas nascido e grande é o número dos teus anos! Jó respondeu ao Senhor, dizendo: Fui precipitado. Que te posso responder? Porei minha mão sobre a boca. Falei uma vez, não replicarei; uma segunda vez, mas não falarei mais. - Palavra do Senhor.
Comentário (deusunico.com): De modo provocante, Deus pergunta a Jó onde estava quando o mundo foi criado. A seguir, faz uma série de desafios que mostram, ao mesmo tempo, a grandeza e ciência de Deus e a pequenez e ignorância do homem. Por trás dessas questões, há uma pergunta latente: Se o homem não é capaz de compreender as leis da criação, como pode atrever-se a questionar o Criador?
Jó havia lutado de todos os modos para provar sua honra e justiça, não temendo acusar e desafiar até o próprio Deus. Contudo, com essa apresentação da ciência, grandeza e cuidado de Deus por toda a criação, ele se vê forçado a reconhecer a própria pequenez e lugar diante do mistério insondável de Deus. Todos os seus argumentos caem por terra, e ele nada mais consegue acrescentar. Deus reconduz Jó a justas medidas de indagação. Como poderia perceber o mistério do mal, se é incapaz de descobrir o das coisas e da natureza?
A Jó cabe unicamente conservar a atitude de silêncio porque este é o lugar de encontro com Deus. O silêncio é sabedoria e contemplação. O homem deve aceitar que haja zonas de mistério no conhecimento das coisas.
Hoje, reduzindo tudo à utilidade, à funcionalidade, perdemos o sentido do mistério. Ao lado da coerência das leis físicas, existe a angústia do desconhecido e, além da angústia, a expectativa de um "ainda mais" de cada coisa, de um horizonte sem limites. Este horizonte é o Inteiramente Outro, o Absoluto, que Cristo nos mostra ser um Pai que ama e ressuscita seus filhos.
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